Um Silêncio

“Um silêncio... este impoluível silêncio em que escrevo e tu me lês.” (Mário Quintana)
Teoricamente falando, silêncio é a ausência do som, o estado de quem se cala.
Mas silêncio não é AUSÊNCIA e sim, EXCESSO. Excesso de quem cala na indagação e responde com silêncio, jogando ao ar respostas sem timbres, quem sabe até, com mais perguntas que alívios. Sem entonação e pontos afins, apenas o complexo óbvio acompanhado de olhos esbugalhados, sentindo o pulsar do que chega aos ouvidos, tão sem nada e com tudo, mais perturba que alivia.
Mil palavras ditas a cada silencioso segundo, aquele que se foi, aquele que se pensou, mil palavras estilhaçadas ao segundo que virá.
Pobre das palavras, massacradas pela duvidosa incompreensão, ou será que afagadas por tal? Não sei, pois ao silêncio eu pertenço, compenetrada no excesso do nada, absorvendo todos os sons à minha volta para que o silêncio me reste, para a ausência de ser quem eu sou.

Um pouco viajão, sim, eu sei. Escrevi antes de dormir, às 0:54 do dia 11/03. Enfim, o estranho (ou seja, o Natam) pediu para que eu postasse e cá estou. Espero que não tenha ficado tããããão ruim assim. ♥

Bruna Matos



É, como viram ela viaja mais que eu, e eu que sou o estranho né?Mas é isso aí, viajasse mas foi uma viajasse de primeira classe com direito a filme inédito durante a o voo.O silêncio transpõe para a atenção do outro todos nossas outras formas de comunicação, a expressão corporal e facial, o olhar, e toda movimentação reativa as palavras do outro.